Estudo aponta Bombarral como localização para o novo hospital do Oeste

O vice-presidente do município da Lourinhã considera ser “imprescindível” que a região Oeste seja dotada de uma nova estrutura hospitalar, que dê uma resposta “cabal” àquelas que são as necessidades do território. O estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oeste CIM), já divulgado aos autarcas, aponta o Bombarral como a melhor localização para a construção do futuro hospital.

A segunda fase do estudo vai contemplar a caraterização das valências do futuro equipamento hospitalar. Atualmente, cerca de 60% das consultas são realizadas fora dos hospitais da região.

O estudo encomendado pela Oeste CIM aponta o Bombarral como a melhor localização para a construção do novo hospital: trata-se da Quinta do Falcão, junto a um dos nós da A8.

Em declarações à Agência Lusa, citado pelo Notícias ao Minuto, o presidente da Oeste CIM, Pedro Folgado, revela que foram estudadas nove localizações. Dessas, “o estudo apontou o Bombarral como aquela que apresenta maior centralidade, com base em dois parâmetros essenciais: o tempo e a distância a todos os concelhos”.

O documento, que na primeira fase “fez um diagnóstico sobre a necessidade de construção de um novo hospital para o Oeste”, apontou, nesta segunda fase, as conclusões sobre a localização do mesmo, com base numa auscultação aos presidentes das 12 câmaras municipais, à comissão de utentes e aos profissionais de saúde.

As nove localizações sugeridas situam-se nos concelhos de Alcobaça, Caldas da Rainha, Torres Vedras, Cadaval e “várias no Bombarral”, das quais, diz Pedro Folgado, a mais central se situa “na Quinta do Falcão, junto a um dos nós da Autoestrada 8 (A8)”.

Os autarcas do Oeste vão agora entregar um relatório à ministra da Saúde, Marta Temido, “para que seja a tutela a decidir a localização” do futuro hospital, que vários concelhos têm vindo a reivindicar que seja construído nos seus territórios.

Pedro Folgado diz compreender a motivação dos autarcas que defendem os seus concelhos, no entanto, “o que temos vindo a dizer é que o que é importante é um novo hospital para a região” e, sublinha, o mais importante é “a unicidade na decisão, independentemente daquilo que cada um considere melhor para o seu concelho”.

A construção do novo hospital a norte de Torres Vedras já foi contestada pelo presidente da Câmara de Mafra, Hélder Sousa Silva, já que o concelho que integra a Área Metropolitana de Lisboa, mas faz fronteira com os municípios da Oeste CIM, é em parte servido pelo atual Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

O autarca tinha já afirmado que se o futuro hospital for construído nos concelhos a norte irá “lutar incessantemente para que Mafra saia do CHO” e para que os cerca de 100 mil utentes afetos ao Hospital de Torres Vedras passem a ser referenciados para uma unidade da região de Lisboa.

Uma posição que, segundo Folgado, “não pesará na decisão da localização do futuro hospital, que tem que servir é os cerca de 300 mil utentes do Oeste”. A localização “tem que ter em conta os 12 municípios desta região e não as oito freguesias de Mafra, que estão na Área Metropolitana de Lisboa”, sendo com esta entidade que “terão que diligenciar para terem melhores serviços de saúde”, acrescentou.

A Comunidade Intermunicipal do Oeste aguarda agora a marcação de uma reunião com a ministra da Saúde para solicitar a decisão final sobre a localização do hospital, prevendo que as duas últimas fases do estudo, sobre “os serviços que deverá ter e as previsões de investimento, estejam concluídas até setembro”.

Até lá, a Oeste CIM pretende ainda exigir ao Ministério da Saúde que, “pelo menos no Orçamento de 2023, abra a possibilidade de orçamentar o projeto de execução do novo hospital, ou através do Orçamento do Estado ou de fundos comunitários”, disse Pedro Folgado.

A região Oeste é servida pelo CHO, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, servindo cerca de 300 mil habitantes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

O CHO foi criado em 2012, através da fusão dos centros hospitalares Oeste Norte – que abrangia os hospitais de Caldas da Rainha e Peniche — e de Torres Vedras. Com a criação de um único centro hospitalar, os vários serviços hospitalares foram reestruturados, ficando Torres Vedras especializada na Ortopedia e Caldas da Rainha na Pediatria e Ginecologia/Obstetrícia.