Importância da igualdade de género reconhecida em estudo da Oeste CIM

A Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oeste CIM) vai avançar com a criação de um Observatório de Igualdade e implementar planos municipais para a igualdade de género nos 12 municípios da região. O anúncio foi feito por Paulo Simões, secretário executivo da Oeste CIM.

Paulo Simões falava na apresentação do Relatório de Diagnóstico para a Igualdade de Género no Oeste, realizada no âmbito do Projeto Oeste + Igual. O estudo teve por base cerca de mil inquéritos que foram realizados a colaboradores das autarquias, à comunidade educativa da região (professores e alunos), gestores de empresas, dirigentes associativos e cidadãos em geral.

Segundo os dados do relatório, 97% dos trabalhadores dos municípios da região Oeste reconhece a importância da igualdade de género e 91% diz não haver discriminação nas autarquias. Entre os 291 técnicos e dirigentes das autarquias inquiridos, 48,6% das mulheres consideram a igualdade de género muito importante. No caso dos homens, a percentagem desce para os 19,9%. O mesmo acontece com a conciliação da vida familiar e profissional, considerada muito importante por 62% das mulheres, mas, nos homens, a sua importância desce para os 19%.

Na questão sobre se os homens têm mais facilidade em serem promovidos, apenas 1% do género masculino concorda, enquanto nas mulheres a percentagem sobe para 9%.

O documento mostra ainda que 91% do total dos trabalhadores inquiridos nega alguma vez ter sido vítima de discriminação.

A nível escolar foram obtidas 295 respostas de docentes, grande parte do sexo feminino (237). Dos docentes inquiridos, 78% dos professores dá muita importância ao tema e 68% dizem já ter constatado situações de discriminação.

Já a amostra de estudantes envolveu 370 alunos, maioritariamente do sexo masculino (204), sendo que destes 39% de raparigas e 33% de rapazes dão muita importância à igualdade de género. No entanto, 74% dos alunos não tem conhecimento de qualquer programa de promoção da igualdade e apenas 12% sabem da sua existência.

Ao nível dos gestores de empresas, foram recolhidas 80 respostas (55% das quais de mulheres), sendo que, do universo total, 89% das mulheres e 78% dos homens consideram muito importante a conciliação da vida profissional e pessoal.

O inquérito aos cidadãos obteve 347 respostas (200 mulheres, 146 homens e um não binário), dos quais 74% considera muito importante a igualdade de género e 92% a conciliação. Apesar destes dados, mais de 50% desconhece que a mulher está em desvantagem no mercado de trabalho.

Para além da criação do Observatório de Igualdade é também intenção da Oeste CIM criar uma plataforma com as grandes empresas da região para acompanhamento das políticas públicas que visam a igualdade de género, uma situação “mais complexa nas empresas privadas do que no setor público”, considera o secretário executivo. Para o responsável, é essencial criar incentivos fiscais às empresas que promovam políticas de igualdade de género.

O diagnóstico intermunicipal da região Oeste para a Conciliação e Igualdade de Género está inserida no projeto Oeste + Igual, um projeto-piloto que tem como parceiros o Centre for Gender and Equality, na Noruega. Com um custo total de 249 857,74 euros, é financiado a 100% pelos EEA Grants no âmbito dos projetos para a promoção da igualdade entre mulheres e homens ao nível local.