Museu da Lourinhã vai doar espólio ao Museu Nacional do Rio de Janeiro

O Museu da Lourinhã vai disponibilizar algum do seu espólio ao Museu Nacional do Rio de Janeiro que, na sequência de um incêndio em Setembro de 2018, perdeu todo o seu acervo. O director do Museu Nacional do Rio de Janeiro esteve na Lourinhã onde reuniu com autarcas locais, com a direcção do Museu da Lourinhã e representantes do Dino Parque no sentido de conseguir apoio destas instituições para reerguer o museu. 

Alexander Kellner, director do Museu Nacional, considera que a ajuda internacional, “em especial a de Portugal”, é essencial para a reconstrução da instituição.

O responsável considera que o maior entrave e a maior preocupação para o futuro museu não é uma questão financeira, mas sim quanto ao acervo. Com a visita ao nosso país, Alexander Kellner gostaria de conseguir doações de material original, peças que iriam integrar o acervo expositivo da nova instituição. Portugal poderá dar um maior contributo no que diz respeito ao circuito histórico. 

Alexander Kellner e Octávio Mateus

O apelo lançado por Kellner ao Museu da Lourinhã foi aceite “desde o primeiro momento”, com a direcção da instituição a estender o repto ao município e ao Dino Parque. Uma solicitação, diz Vital do Rosário, que reconhece “o interesse científico do espólio do Museu da Lourinhã”. As instituições vão agora avaliar qual o património que será doado. 

Na reunião participaram também o presidente da Câmara Municipal da Lourinhã, membros do executivo e do Dino Parque. Jorge Ferreira, um dos administradores do parque temático, mostrou a disponibilidade do parque em apoiar esta causa. 

Na sua viagem a Portugal, Alexander Kellner vai deslocar-se também a Coimbra, ao Porto e ao Museu de História Natural e da Ciência, em Lisboa. Para além de Portugal, o Museu Nacional do Rio de Janeiro já conseguiu doações de instituições da Alemanha, Áustria, França, Inglaterra e Estados Unidos da América. 

No âmbito da sua visita à Lourinhã, o director do Museu Nacional do Rio de Janeiro esteve também no Museu da Lourinhã e no Dino Parque. Foi também plantada uma árvore no jardim em frente ao edifício da Câmara Municipal, uma tradição do Museu da Lourinhã sempre que um paleontólogo de renome internacional visita o concelho. 

A reabertura do Museu Nacional do Rio de Janeiro será feita de forma faseada. No próximo ano será feita a abertura dos jardins do museu. Já a abertura total está prevista para 2026, altura em que deverá estar concluída a reconstrução, que representa um investimento de cerca de 58 mil e 827 euros, dos quais 65% estão já garantidos. 

Com mais de 200 anos, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, o mais antigo património do Brasil, ficou destruído a 2 de Setembro de 2018 por um incêndio que destruiu grande parte do seu acervo composto por 20 milhões de peças. O prédio histórico, que inicialmente serviu como palácio imperial do Brasil, abrigava o maior museu de história natural da América Latina e um dos cinco maiores do género em todo o mundo.