Oeste: seca compromete produtividade das culturas

A seca que se faz sentir por todo o país e que levou já os agricultores a regarem os campos, numa altura pouco habitual, está a pôr em causa a produtividade das culturas e a sua qualidade. Quem o diz é Sérgio Ferreira, presidente da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO).

Com as culturas a serem “fortemente afetadas” pela falta de chuva, os agricultores da região tiveram de montar, antes do tempo, os sistemas de rega, “o que traz custos acrescidos para os produtores”.

Com quebras de produtividade, espera-se uma subida de preços nos produtos hortícolas. Um aumento, diz Sérgio Ferreira, que vem aumentar as dificuldades já sentidas pelos agricultores. 

O dirigente associativo espera que os meses de Março e Abril possam trazer alguma chuva, necessária para “equilibrar a situação atual e atenuar o problema”. Para além de prejudicar as culturas atuais, a seca vem ainda condicionar as próximas.

Apesar de não serem de agora, os problemas ficam mais evidentes em anos de seca severa. A associação aguarda pela formação do novo Governo para apresentar soluções para o problema, “com uma visão a curto, médio e longo prazo”. Entre as propostas da AIHO está a criação de um sistema de regadio de grandes dimensões. 

Regadios de menor dimensão e o licenciamento de charcas para pequenas produções, para reter a água da chuva para rega, são outras das propostas da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste. 

Desde 2005 que Portugal não tinha tantas regiões em seca  severa e extrema em pleno inverno. Os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), referentes ao final do mês de Janeiro, revelam que 11,5% do território continental estava em seca extrema. 34,2% do território está em seca severa, 53,7% em seca moderada e 0,6% em seca fraca.