Antiga Colónia Balnear da Areia Branca vai dar lugar a unidade hoteleira

Devoluto há mais de uma década, a Colónia Balnear de Castelo Branco, na Praia da Areia Branca, tem agora uma solução à vista. A Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) lançou, no início do ano, o concurso público de conceção para a elaboração do projeto de recuperação do edifício da antiga Colónia Balnear da Areia Branca.

O concurso, publicado em Diário da República, tem por objetivo “a seleção de um trabalho de conceção para a elaboração do projeto de recuperação do edifício” para aí instalar uma unidade hoteleira.

A CIMBB pretende dar uma nova vida à infraestrutura – que fechou portas em 2008 por falta de condições -, num investimento global estimado de 4 milhões de euros.

Segundo o programa preliminar que acompanha o concurso, o futuro estabelecimento, “de categoria ‘Hotel 3 estrelas’ ou superior, com vocação balnear”, vai contar com quartos duplos e triplos. Os quartos duplos devem “corresponder a 80% do número total de quartos, num mínimo de 42”. No caso dos quartos triplos, “deve corresponder a 20% do número total de quartos, num mínimo de 8”.  A unidade hoteleira vai contar ainda com um restaurante (acessível ao público em geral) e sala de refeições afeta ao hotel, ginásio, sala de tratamento (massagens), loja e um centro interpretativo.

Projeto deve refletir valores culturais da Beira Baixa

No mesmo documento, é referido que o projeto deve permitir “uma relação visual direta e privada com a envolvente” do edifício e que apresente uma “vertente identitária” que reflita os valores culturais e territoriais da Beira Baixa. Uma vez que o edifício é parte integrante da paisagem, a solução a desenvolver “deve refletir sobre o seu diálogo com a paisagem natural, permitindo a sua utilização nas diferentes épocas do ano.”

Quanto à funcionalidade, o programa preliminar prevê que sejam criados espaços “confortáveis e adaptáveis”, que possam ser utilizados por jovens ou idosos, em simultâneo ou separadamente, e que reflita “a questão social inerente à origem do edificado”.

Podem apresentar propostas de trabalhos profissionais independentes ou empresários em nome individual, desde que inscritos na Ordem dos Arquitetos, pessoas coletivas cujo objeto social abranja a atividade de elaboração de estudos ou projetos de arquitetura, sociedade profissionais de arquitetos, organizações associativas de arquitetos, entre outros.

A seleção do projeto cabe ao júri do concurso, constituído por João Manuel Ventura Grilo de Melo Lobo (presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa), João Serra (vereador na Câmara da Lourinhã) e pela arquiteta Ana Costa (nomeada pela Seção Regional Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitetos). Para a decisão, o júri do concurso terá em consideração a solução conceptual (50%), como a inovação e criatividade da solução conceptual, a integração na envolvente e capacidade de qualificação e a identidade cultural e territorial da Beira Baixa. A funcionalidade tem uma ponderação de 30% e diz respeito à adequação ao programa funcional e otimização do espaço. Na exequibilidade do projeto (20%), é tida em consideração a implementação de sistemas e/ou soluções de eficiência energética e hídrica, bem como a viabilidade técnica e controlo de custos.

A apresentação dos projetos decorre até 29 de março deste ano.

Falta de condições ditou fecho da instituição

Foi em 2008 que a Colónia Balnear fechou portas, por “falta de condições na cozinha, refeitório e parque infantil”. Os problemas relacionados com a falta de manutenção do edifício, em 2009, foram agravados por uma tempestade, que provocou danos na cobertura, “contribuindo para a emergência na transformação ou investimento no edificado”.

A Câmara da Lourinhã chegou a exigir à CIBB, em 2018, uma solução para o imóvel. O objetivo da autarquia era pôr fim ao impacto ambiental negativo na Praia do Areal causado pelo avançado de degradação do imóvel. No novo Plano Diretor Municipal da Lourinhã (PDM), a Colónia Balnear de Castelo Branco está construída num terreno classificado como urbano, contíguo à praia, permitindo a sua reabilitação.

Inaugurada em 1974 pela extinta Assembleia Distrital de Castelo Branco, a Colónia de Castelo Branco chegou a acolher 285 crianças recebeu daquele distrito.

Edifício está construído num terreno junto à Praia do Areal