Autarcas das Caldas da Rainha defendem construção do futuro Hospital do Oeste no concelho

Caldas da Rainha “detém todas as condições” para receber um novo hospital para a região Oeste. Foi esta a posição defendida pelos autarcas das Caldas da Rainha na reunião com a Ministra da Saúde. Manifestar as preocupações quanto ao estado da saúde no concelho, e na região, em especial a situação no Hospital das Caldas da Rainha, foi o principal ponto da agenda da reunião com Marta Temido.

Numa nota enviada à nossa redacção, a autarquia conta que a instalação de uma nova unidade hospitalar no Oeste foi um dos temas abordados, sendo que os responsáveis autárquicos defenderam que Caldas da Rainha seja a opção escolhida. A “centralidade” e as “condições que a cidade tem para receber e fixar os profissionais de saúde” foram alguns dos argumentos avançados na reunião.

Os autarcas caldenses defendem ainda que “a opção pelas Caldas estenderia ainda a área de abrangência a praticamente toda a região Oeste (Torres Vedras, Mafra, Cadaval, Lourinhã, Bombarral, Óbidos, Peniche, Caldas, Nazaré e Alcobaça) e até a outros concelhos, como Rio Maior”. Por outro lado, se a localização for a sul das Caldas da Rainha, a autarquia é de opinião que “a abrangência territorial far-se-á sobretudo numa região com maior oferta, dada a proximidade do Hospital de Loures, deixando a região a norte, nomeadamente Caldas da Rainha, numa situação comparativamente desfavorável”.

Foi também manifestado a Marta Temido que a actual situação – três hospitais e três serviços de urgência na região – resulta “num efeito desagregador, que compromete a qualidade do serviço prestado”.

Marta Temido reconheceu a necessidade de construir um novo hospital do Oeste e garantiu que é intenção do governo dar início à sua construção. No entanto, defende que “é importante aguardar pelo estudo que a Comunidade Intermunicipal do Oeste tem em curso, e sem o qual seria extemporâneo tomar qualquer posição”.

Os autarcas consideram que “sendo Caldas o pólo” que, por razões geográficas, “mais necessita duma urgência médico-cirúrgica correctamente dimensionada”, a melhor solução para os cuidados hospitalares seria a “conjugação de um único hospital (nas Caldas da Rainha), complementado com clínicas de ambulatório noutros locais, por exemplo, Nazaré, Peniche e Torres Vedras”.

Neste encontro com a tutela, os responsáveis autárquicos abordaram ainda a actual cobertura de cuidados hospitalares no concelho, que dizem ser “visivelmente insuficiente, como comprova o protesto espontâneo que se gerou à porta do serviço de urgência, envolvendo enfermeiros e utentes”. Os autarcas sublinham que o hospital tem graves insuficiências de resposta, designadamente nos serviços de laboratório de anatomia patológica, obstetrícia e neonatologia, diabetes, cirurgia ambulatória e cuidados intensivos.  

Perante a situação descrita, a governante contrapôs os investimentos que têm sido feitos no hospital das Caldas em dotação de enfermeiros mas também na requalificação do serviço de urgência, cuja conclusão está para breve. Elsa Baião, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste marcou presença na reunião, onde reconheceu que existem dificuldades financeiras e técnicas mas deu nota de um plano director para o crescimento do CHO, “cuja concretização (…) não pode ser garantida no curto prazo.”

Já o responsável pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, disse na reunião que a saída de 154 médicos da região de Lisboa e Vale do Tejo contribuiu para os problemas sentidos nas unidades hospitalares. O responsável disse estar disponível para uma reunião com as autoridades municipais locais para avaliar a situação.

A reunião com Marta Temido decorreu no passado dia 11 de Novembro. Para além do presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, marcaram presença a vereadora Conceição Henriques, o vereador Luís Patacho, o líder do movimento independente Vamos Mudar na Assembleia Municipal, António Curado e os deputados municipais do PSD, Filomena Gonçalves e Pedro Marques.