Novo hospital do Oeste: Caldas da Rainha diz não haver condições para decidir localização até final do mês

A Câmara das Caldas da Rainha considera que não há condições para decidir a localização do novo hospital do Oeste até ao final do mês, considerando que a decisão tem de ser bem sustentada em estudos técnicos.

“Se realmente a decisão tiver que ser tomada até ao final do mês, penso que não estão garantidas as condições para que isso seja feito e seria muito, muito grave”, disse esta quinta-feira, 23 de março, o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Vitor Marques, reagindo à entrega de uma petição com cerca de 27 mil assinaturas a pedir que a localização do futuro hospital do Oeste seja decidida pelo Ministério da Saúde até ao final deste mês.

A petição, que tem como primeiro subscritor o antigo presidente da Câmara de Torres Vedras José Augusto Carvalho (PS), alerta para “a extrema necessidade e urgência na construção e entrada em funcionamento do novo hospital do Oeste”, cuja localização está a ser estudada por um grupo de trabalho criado pelo Governo, com o objetivo de anunciar a escolha até ao fim de março.

O trabalho deste grupo é sustentado nas conclusões do estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oeste CIM) e que aponta o Bombarral como a localização mais indicada.

As Câmara das Caldas da Rainha e de Óbidos, que contestam as conclusões deste primeiro estudo, entregaram esta semana ao Ministério da Saúde um parecer técnico-científico que considera “indispensável” que o Ministério da Coesão Territorial, o Ministério da Economia, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e a autoridade de Gestão do Programa Regional do Centro 2021-2027 “participem no processo de tomada de decisão”.

“O tempo da decisão é importante, mas ter uma boa decisão também é muito importante. E uma boa decisão tem que ser sustentada”, afirmou Lusa Vitor Marques, considerando que tal não acontecerá se a localização for escolhida com base “apenas no estudo da Oeste CIM”.

Vitor Marques falava numa conferência de imprensa convocada para anunciar uma iniciativa de mobilização agendada para o dia 1 de abril, com o objetivo de “envolver os cidadãos do concelho”, bem como os de outros municípios, que “sentem esta causa como transversal e que também consideram que o hospital deve ser nas Caldas da Rainha”.

Denominado “Vozes pelo Hospital”, o evento terá início às 16h, com grupos a partir de vários pontos da cidade para rumar ao Largo do Hospital Termal, onde haverá ao longo da tarde uma vigília com intervenções políticas e do público.

A Câmara das Caldas da Rainha vai promover ainda, na próxima semana, em data a anunciar, uma apresentação pública do parecer técnico enviado ao Ministério da Saúde e ao grupo de trabalho.

Em fevereiro, as câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos, partidos e movimentos cívicos entregaram na Assembleia da República uma petição pedindo o alargamento dos critérios de decisão da localização do novo hospital do Oeste e defendendo a escolha numa área de confluência dos dois concelhos.

No mesmo mês, as assembleias municipais da maioria dos municípios da região Oeste aprovaram moções a apoiar a localização para o novo hospital definida (Bombarral) no estudo encomendado pela Oeste CIM à Universidade Nova de Lisboa.

A decisão final deveria ser conhecida no final de março, mas o Ministério da Saúde admitiu que o prazo pudesse ser estendido, no máximo por um mês, para analisar outros estudos que pudessem ser entregues.

O novo hospital deverá substituir o atual Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.