Oeste: Assembleia da República recomenda urgência na criação de Unidade de Cuidados Intensivos

A Assembleia da República recomendou ao Governo a urgente criação de uma Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) no Centro Hospitalar do Oeste e a renovação das instalações dos três hospitais da região. As recomendações decorrem de dois projectos de resolução, apresentados pelo Bloco de Esquerda (BE) e pelo PCP, que resultaram num texto final conjunto apresentado pela Comissão de Saúde e aprovado por unanimidade.

No texto, a Assembleia da República recomenda ao Governo que “dê resposta aos anseios da população do Oeste”, tomando “todas as diligências necessárias com vista à urgente criação de uma Unidade de Cuidados Intensivos” no Centro Hospitalar do Oeste (CHO).

Recomenda ainda a renovação das instalações das unidades existentes [os hospitais de Torres Vedras, Peniche e Caldas da Rainha], garantindo uma maior capacidade de resposta da região à pandemia da Covid-19, uma maior eficiência dos recursos do Centro Hospitalar do Oeste e aumentar a qualidade e quantidade dos demais serviços essenciais prestados à população”.

A criação de uma UCI foi defendida pelo BE em Abril, num projecto de resolução em que recordava que a administração daquele organismo tinha anunciado, em Fevereiro do ano passado, que estava em elaboração um projecto para a criação da unidade, estando também orçamentado um milhão de euros para essa finalidade.

“O projecto justificava-se porque nenhum dos três hospitais tem UCI e desta forma passariam a poder garantir algumas cirurgias e reter doentes críticos que actualmente são transferidos para outros hospitais”, explica o BE no projecto de resolução que defende que se “em pré-pandemia a necessidade de criar uma UCI no CHO era evidente, actualmente é uma urgência para responder aos riscos imprevisíveis da Covid-19 e a outras patologias”.

A proposta foi no mês seguinte reforçada pelo PCP, cujo projecto de resolução defendia, para além da criação da UCI, a intervenção urgente nas três unidades do CHO, a que atribuía problemas como “instalações limitadas e equipamentos obsoletos”.

As obras de remodelação do Serviço de Urgência da unidade das Caldas da Rainha “estiveram paradas mais de um ano e só foram retomadas em Abril de 2021”, o serviço de Ginecologia, “que serve 151.366 mulheres da região, está reduzido a três camas”, exemplificou o PCP, lembrando ainda o atraso no lançamento do concurso para a realização de obras no Hospital de Torres Vedras”.

O CHO integra os hospitais de Torres Vedras, Peniche e das Caldas da Rainha, com uma área de influência constituída pelas populações destes concelhos e ainda dos de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.