Oeste CIM considera que nova ligação entre Torres e Lisboa vai tornar Linha do Oeste mais competitiva

O presidente da Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oeste CIM), Pedro Folgado, considera que a nova ligação a Lisboa, com passagem em Loures, prevista no Plano Ferroviário Nacional (PFN), vai tornar a Linha do Oeste mais competitiva.

Em declarações à Agência Lusa, citado pelo Notícias ao Minuto, Pedro Folgado referiu que “a pressão que fomos sempre fazendo ao longo dos anos parece que agora tem uma luz ao fundo do túnel”, considerando que o anúncio de uma nova ligação ferroviária de Torres Vedras a Lisboa, passando por Loures, “é uma boa notícia para a Linha do Oeste”.

A proposta do PFN, apresentada na quinta-feira após uma reunião do Conselho de Ministros, será agora submetida a discussão pública.

A nova solução prevê a redução do percurso entre o Oeste e a capital em 30 minutos, o que “pode ser importante, efetivamente, para chegar a Lisboa com mais celeridade, tornando a Linha do Oeste mais competitiva”, sublinhou o presidente da Oeste CIM, ressalvando que se a ferrovia “não for competitiva as pessoas acabam por continuar a utilizar a ligação rodoviária”.

“É verdade que nunca houve uma tão grande aposta na ferrovia como está a haver agora e, portanto, é importante que também a Linha do Oeste seja contemplada nessa aposta”, acrescentou o também presidente do município de Alenquer, vincando que, “se até aqui parecia que esta linha era encarada quase como de lazer, agora passa a ser também de trabalho, podendo ser efetivamente uma resposta para quem trabalha em Lisboa chegar atempadamente e a um preço diferente do da rodovia”.

Ainda assim, a satisfação é apenas “q.b. [quanto baste]”, já que os autarcas querem “acompanhar o processo para perceber se esta é de facto a melhor solução”.

Por outro lado, indicou, “não é conhecida qualquer calendarização prevista para a obra”, em relação à qual a OesteCim pretende obter mais esclarecimentos junto do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

“Esperemos que não seja só mais um projeto no papel e que depois veja a luz do dia”, disse ainda o presidente da OesteCim, que integra os concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos, Peniche, do distrito de Leiria, e Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras, do distrito de Lisboa.

O PFN foi apresentado em Lisboa no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), entidade que vai ficar responsável pela avaliação ambiental estratégica do mesmo, contando com a cooperação do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT).

Segundo o coordenador do grupo de trabalho, Frederico Francisco, este novo acesso a Lisboa “responde a uma dificuldade existente na Linha do Oeste”, onde os tempos de viagem para a capital “são demasiado grandes”, porque a linha “não permite velocidades elevadas” e porque está “altamente congestionada” na entrada da cidade.

O novo acesso da Linha do Oeste a Lisboa permite ainda “dar resposta a uma lacuna que existe na zona de Loures”, que permitiria colocar esta localidade a cerca de 10 ou 15 minutos do centro da capital, mas o acesso “terá de ser estudado”, explicou o coordenador.

O plano não estabelece prazos, mas tem um prazo de execução indicativo até 2025 e as propostas podem ainda ser alteradas na fase de discussão pública, após a qual regressa ao Conselho de Ministros, de onde sairá para discussão e votação na Assembleia da República.