Oeste: Plano de salvaguarda e valorização dos Moinhos de Vento em consulta pública

Está desde segunda-feira, dia 22 de Março, em consulta pública o documento “Oeste – Moinhos com Futuro”. O documento foi elaborado no âmbito do Plano de Salvaguarda e Valorização dos Moinhos do Oeste pela EtnoIdeia, uma entidade especializada fundadora e dinamizadora da Rede Portuguesa de Moinhos.

Segundo a Comunidade Intermunicipal do Oeste, o documento foi elaborado com o “objectivo central de construir uma visão estratégica e um plano de acção com vista à salvaguarda e valorização económica do património molinológico” da Região Oeste.

A Comunidade Intermunicipal refere que a consulta pública tem como público-alvo preferencial “moleiros e proprietários de moinhos, dinamizadores de unidades de produção artesanal de manutenção e conservação de moinhos ou panificação artesanal, empreendedores, associações de defesa do património, instituições de ensino e alunos e todos os interessados pelo tema da molinologia.” O documento vai estar em consulta pública durante 60 dias pelo que todos os interessados podem submeter os seus contributos respondendo a um formulário, até ao dia 10 de Maio.

O Plano de Salvaguarda e Valorização dos Moinhos de Vento da Região Oeste define a estratégia de inovação e preservação daquele património durante os próximos cinco anos. O projecto engloba o território dos 12 municípios da região e pretende “fomentar uma resposta adaptativa e sistémica destes moinhos aos desafios da modernidade”, através de uma “aposta estratégica musculada na protecção e valorização destes importantes elementos identitários” da região, onde se concentram 876 moinhos de vento.

O documento define como o objectivo de, “em cinco anos”, o Oeste “activar e capacitar a comunidade moageira da região, envolvendo-a num processo de cidadania participativa que permita dar continuidade e nova vida aos icónicos moinhos de vento”.

Com o objectivo de preservar este património, o plano estabelece como meta que, num espaço de um ano, nenhum moinho seja destruído e que, durante 18 meses, 12 moleiros e 36 aprendizes sejam envolvidos em processos de transmissão intergeracional de saberes. Segundo o documento, deverá ser criado num prazo de seis meses, uma Unidade de Missão “Oeste – Moinhos com Futuro”.

No que toca à valorização (social, cultural e económica) dos moinhos, o plano define como meta a realização de acções em, pelo menos, 12 moinhos de vento, isolados ou em núcleos moageiros, bem como a identificação de casos de boas práticas e soluções inovadoras, num levantamento que decorrerá ao longo de um ano e que será actualizado a cada cinco anos.

A par com este plano de salvaguarda, a acção “Oeste – Moinhos com Futuro” integra ainda outras iniciativas, entre as quais a submissão à Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) de várias candidaturas, com o objectivo da classificação de moinhos dos 12 concelhos do Oeste como património nacional.