Pai e madrasta de Valentina começam hoje a ser julgados

Começa esta quarta-feira o julgamento do pai e da madrasta de Valentina, a criança morta em Peniche, em Maio do ano passado. Ambos estão acusados de homicídio qualificado e de profanação de cadáver. Segundo o Expresso, que cita a Agência Lusa, o casal responde também pelo crime de abuso e simulação de sinais de perigo em coautoria. O pai da criança de nove anos está ainda acusado de um crime de violência doméstica.

De acordo com a acusação, o pai de Valentina, de 33 anos, terá confrontado a filha, com o facto de esta ter mantido contactos de cariz sexual com colegas da escola. Na presença da companheira, de 39 anos, ameaçou Valentina com uma colher de pau, que depois terá usado para lhe bater.

Já inanimada, a criança permaneceu deitada no sofá, sem que os arguidos pedissem socorro. Segundo o Ministério Público, o filho mais velho da madrasta de Valentina apercebeu-se da situação, mas foi mandado para o quarto.

A criança foi deixada “inanimada e a agonizar” no sofá e de tarde, o pai constatou que a criança tinha morrido. Segundo a autópsia, a morte de Valentina foi provocada por “uma contusão cerebral com hemorragia subaracnóidea”.

O casal escondeu o corpo da Valentina numa zona florestal, na Serra d’El Rei (concelho de Peniche). No dia seguinte alertaram as autoridades para o suposto desaparecimento da criança.

O Ministério Público considera que o pai e a madrasta deixaram Valentina “a agonizar, na presença dos outros menores, indiferentes ao sofrimento intenso”. Para o Ministério Público, a madrasta colaborou na actuação do pai por não ter socorrido a menor ou impedindo as agressões.

Ao pai e madrasta de Valentina é pedida uma indemnização civil de 1.786 euros pelos gastos que os meios de socorro e policiais tiveram nas buscas para encontrar Valentina.