Peniche: médica espera há quatro meses autorização para exercer funções

Uma médica de clínica geral está há quatro meses à espera de autorização para iniciar funções na extensão de saúde da Atouguia da Baleia, no concelho de Peniche, onde há falta de médicos de família. A situação foi exposta na última reunião da Assembleia Municipal de Peniche pelo presidente daquela Junta de Freguesia, António Salvador.

Segundo o Jornal de Notícias, que cita a Agência Lusa, o presidente da câmara, Henrique Bertino, que tem feito contatos com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Norte e com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, concordou que a demora das entidades competentes “passa o razoável”, estando o município disponível para assegurar habitação à médica.

O presidente da junta esclareceu que, desde agosto, efetuou contatos com a médica, que exerce num outro distrito em regime de prestação de serviços para uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) e quer fixar residência e trabalhar naquela freguesia de Peniche.

Desde setembro que as duas autarquias estão a efetuar contatos com o ACES Oeste Norte e com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) com o intuito de aquela profissional de saúde começar a trabalhar, por via de um acordo a estabelecer entre o Ministério da Saúde e uma IPSS.

“O tempo passa, as pessoas andam desesperadas sem médico e ando há quatro meses à espera de que resolvam isto”, lamentou António Salvador. Para o autarca, é “vergonhoso” o que se está a passar, tendo em conta a falta de médicos na região e no país e que já está encontrada uma IPSS disponível para celebrar o acordo.

O diretor do ACES Oeste Norte, João Gomes, esclareceu que remeteu “há um mês” todo o processo para a ARSLVT. Segundo o responsável, falta celebrar o acordo entre Ministério da Saúde e a IPSS, o que deverá acontecer “a qualquer momento”.

Ainda de acordo com o presidente da junta, a extensão de saúde deveria ter quatro médicos de família para os cerca de sete mil utentes, mas não tem nenhum médico colocado. Em alternativa, foram contratadas 26 horas por semana a um médico prestador de serviços.

Segundo o presidente do ACES Oeste Norte, dos 183 mil utentes inscritos neste agrupamento, 39.413 estão sem médico de família, e destes, 12 mil são do concelho de Peniche, admitindo que “a prestação de cuidados primários de saúde está comprometida”.