Torres Vedras: Carlos Bernardes perde “confiança política” em vereadora

O presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras retirou os pelouros à vereadora Cláudia Horta Ferreira por “perda da confiança política”. O autarca Carlos Bernardes revogou esta terça-feira, 30 de Março, o despacho de 2017 que atribuiu à vereadora os pelouros da coordenação geral dos serviços municipais, ambiente e sustentabilidade, proteção civil, jurídico e contencioso, comunicação, empreendedorismo, marca Torres Vedras, administração municipal e modernização administrativa, recursos humanos, qualidade, participação e cidadania e tecnologias de informação e comunicação.

Segundo o Notícias ao Minuto, que cita a Agência Lusa, Carlos Bernardes irá assumir esses pelouros e Cláudia Horta Ferreira “deixa” de exercer funções “a tempo inteiro ou meio tempo”, por “quebra de confiança política”.

Na reunião pública que decorreu esta terça-feira, a vereadora contou que, na passada quinta-feira, foi chamada ao gabinete do presidente por alegado favorecimento numa obra que está a realizar na sua própria casa. A vereadora esclareceu que o seu processo de obra foi “transparente”, votado na câmara na sua ausência, e que “não foi em nada beneficiada” pelo cargo que exerce, nem “fez nada de ilegal”. Na mesma reunião, o autarca Carlos Bernardes não prestou quaisquer esclarecimentos.

Cláudia Horta Ferreira, que foi excluída da lista candidata à Câmara Municipal nas próximas eleições autárquicas, adiantou que “está a reunir dados para instruir um processo por crime de difamação”. Para a vereadora, “bastava que lhe dissessem para sair”.

Para além de Cláudia Horta Ferreira, também não integra a lista à Câmara Municipal o vereador Hugo Lucas, chamado ao gabinete de Carlos Bernardes por alegado envolvimento nas obras da vereadora. Apesar de manter os pelouros e funções a tempo inteiro, o vereador justificou, na reunião do executivo, que “fiscalizar obras particulares compete a outro pelouro” e não a si.

Por o subempreiteiro das obras de Cláudia Horta Ferreira ser o mesmo que o das obras de uma requalificação a cargo da autarquia, Hugo Lucas esclareceu que o investimento “está realizado em obra” e que “cumpriu com o que era a sua função” na defesa do interesse público e na utilização dos dinheiros públicos. O mesmo jornal esclarece ainda que Cláudia Horta Ferreira solicitou uma auditoria à obra da câmara “para aferir se a mesma foi prejudicada em alguma coisa”.