Apresentado programa de escavação arqueológica e sinalética em Runa e Dois Portos

A Casa do Povo de Runa acolheu, no domingo, a Apresentação Pública do Programa de Escavação Arqueológica e Sinalética Informativa sobre os combates de Runa e Dois Portos, ocorridos durante a Terceira Invasão Francesa.

 A abertura do evento contou com a participação do presidente da União de Freguesias de Dois Portos e Runa, João Tomaz, e de José Vale Paulos, membro da Assembleia de Freguesia.

Seguiu-se a apresentação da Rota Histórica das Linhas de Torres, pela vice-presidente da Associação para a Promoção Turística e Patrimonial das Linhas de Torres, a também autarca Ana Umbelino, que destacou a importância desta Rota “não apenas para o contexto nacional, mas também europeu”.

A Rota Histórica das Linhas de Torres faz parte dos Itinerários Napoleónicos por Portugal, que, por sua vez, estão incluídos nos Itinerários Napoleónicos por Espanha e Portugal, assim como no itinerário cultural europeu Destination Napoleon, certificado pelo Conselho da Europa.

“O que nos propomos fazer hoje aqui é de certa forma iluminar acontecimentos históricos que muito beneficiam a compreensão de uma história mais global e daí a importância desta investigação localizada”, referiu Ana Umbelino.

Na sua intervenção, o historiador Venerando Aspra de Matos contextualizou historicamente os combates de Runa e Dois Portos, tendo por base relatos da época, incluindo registos do jornal Gazeta de Lisboa de 1810. Em seguida, o arqueólogo Rui Ribolhos apresentou o programa dos trabalhos arqueológicos, que visa localizar os locais exatos dos confrontos através da recolha de vestígios bélicos, como balas e outros artefactos.

“Como temos a noção de que a batalha durou umas horas, nada foi construído. As linhas de Torres Vedras estavam construídas ou em construção, mas não as vamos escavar. Vamos escavar um campo de batalha, um terreno aberto”, afirmou Rui Ribolhos. O arqueólogo referiu também que será entregue um programa e documentação à Direção Geral do Património, para que se possam começar os trabalhos, o que deverá acontecer no verão, por ser uma altura mais propícia à escavação.

Após as intervenções, oradores e público presente deslocaram-se ao Parque Verde de Runa, ao som dos Gaiteiros de Freiria, onde foi apresentada a sinalética informativa sobre o combate de Runa. O percurso seguiu até à Ribaldeira, onde foi apresentada a sinalética referente ao combate de Dois Portos.