Os quatro candidatos à Câmara Municipal da Lourinhã para as próximas eleições autárquicas estiveram esta terça-feira, em debate, sobre as propostas eleitorais e os projectos para o concelho. Um debate onde foi discutida a necessidade de melhores acessibilidades para e no concelho, a forma como o município pode beneficiar do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a redução dos impostos municipais.

O candidato do Chega à presidência da Câmara Municipal, considera que o município não soube atrair os visitantes do Dino Parque a outros locais de visitação do concelho. Para Renato Henriques “[o Dino Parque] foi um investimento bem feito”, do qual a autarquia não tirou o melhor proveito.

À semelhança do candidato do Chega, também Mário Rui Souto considera que o município deveria ter acautelado a deslocação de pessoas entre a vila da Lourinhã e o Dino Parque. Um acesso condicionado, diz o candidato da CDU, a quem tem veículo próprio.

Uma critica apontada também pelo candidato da coligação ‘Lourinhã Somos Nós’ – PSD/CDS, que diz que há falta de estratégia no acolhimento dos clientes do parque noutros locais do território. Apesar de considerar benéfica a parceria firmada entre as duas entidades, Orlando Carvalho considera que o município deve criar sinergias com outras empresas privadas em prol do desenvolvimento do concelho. 

Confrontado com a falta de transportes, João Duarte Carvalho anunciou que está a trabalhar com a Comunidade Intermunicipal do Oeste para criar uma rede de transportes que beneficie a população de todas as freguesias. A nova rede estará em funcionamento a partir de Janeiro do próximo ano.

Na área das acessibilidades, o candidato do PS diz que não vai prescindir do IC11, uma via “fundamental” e “essencial” para o concelho. Para que se torne uma realidade, a Câmara Municipal está disponível para executar o projecto, sendo depois a autarquia ressarcida do valor avançado.

O candidato da oposição Orlando Carvalho considera que o IC11 não passará de uma proposta eleitoral.

Para o candidato da coligação ‘Lourinhã Somos Nós’, a solução passa pela negociação com a Auto-estradas do Atlântico de uma saída directa da A8 ao concelho da Lourinhã. No que diz respeito ao PRR, Orlando Carvalho considera que o município deve saber aproveitar os apoios da chamada ‘bazuca’ europeia.

Mário Rui Souto considera que o dinheiro que será dado aos municípios no âmbito do PRR, mais do que servir para a implementação de novos projectos, deve ser reflectido na melhoria de qualidade de vida das pessoas que trabalham em prol do concelho.

Quanto aos impostos municipais, o candidato do Chega defende a diminuição de todos os impostos e, se fosse possível, a abolição do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). 

O actual presidente de câmara e também candidato do PS é a favor de baixar o valor do IMI. No entanto explica que, antes disso, é preciso equilibrar os orçamentos da autarquia.

Por sua vez, Orlando Carvalho considera que devem existir “algumas isenções nos impostos”, defendendo uma melhor aplicação dos mesmos.

Com um “programa participado e em permanente construção”, o candidato da CDU defende a descentralização das reuniões de Câmara e Assembleia Municipal para as várias freguesias do concelho.

Sem aceitar os vários ajustes directos realizados, Renato Henriques critica que os serviços não tenham sido adjudicados a empresas do concelho.

O debate entre os quatro candidatos à presidência da Câmara Municipal da Lourinhã pode ser visto, na íntegra, aqui. Hoje é a vez do debate entre os candidatos à Assembleia Municipal da Lourinhã. O frente a frente de Fernanda Marques Lopes (Chega), Brian Silva (PS), José Soeiro (CDU) e António Gomes (coligação ‘Lourinhã Somos Nós’) pode ser acompanhado a partir das 16h30, na emissão da RCL ou através das redes sociais.