Comerciantes da Lourinhã preparam-se para o novo confinamento

Com o país prestes a entrar num segundo confinamento para travar a pandemia de Covid-19, os comerciantes adaptam-se, antecipam promoções, agarram-se às novas tecnologias e recorrem ao serviço de take-away. Fomos até ao centro da Lourinhã perceber como os comerciantes se estão a preparar para o encerramento das suas actividades.

Judite Ferreira, proprietária da loja Tiana, considera que é necessário encarar esta situação com “pensamento positivo”.

Com as portas da loja fechadas, Judite Ferreira abre portas na internet, promovendo vendas de roupa online.

A empresária decidiu ainda antecipar as promoções. Habitualmente, os descontos de 50% decorrem apenas nos primeiros 15 dias de Fevereiro. Este ano, condensou-as em três dias.

Júlio Bartolomeu tem notado, por estes dias, um fluxo maior de clientes nas lojas de roupa da vila, forçadas a antecipar promoções. Uma prática pouco usual nas ourivesarias que gere, onde por estes dias, as pessoas entram mais para mudar pilhas aos relógios.

Apesar de ser negativo para o comércio, o proprietário das Ourivesarias Julinho considera que o novo confinamento é “necessário”, tendo em conta a sobrecarga dos hospitais que se tem verificado nos últimos dias.

Apesar disso, Júlio Bartolomeu, considera que o confinamento serve de pouco se as pessoas não cumprirem com as regras impostas.

Manuela Nobre partilha da mesma opinião que Júlio Bartolomeu, no que diz respeito à sobrecarga dos serviços de saúde. Para a proprietária da loja Pereira e Nobre, o novo confinamento vai ajudar a aliviar os serviços hospitalares, poupando os esforços dos profissionais de saúde.

A responsável considera que este confinamento será semelhante ao anterior – ao nível do funcionamento da loja –, ainda que com algumas restrições.

Manuela Nobre destaca que nos últimos dias se tem verificado uma “corrida” ao gás. A responsável garante que o abastecimento não vai ficar comprometido durante o confinamento, apelando às pessoas para o bom senso.

João Manuel Antunes, proprietário do Yukimura Sushi Bar, considera que a preocupação com um segundo confinamento é generalizada, afectando a “população em geral, empresários e comerciantes”.

O sector da restauração tem sido um dos mais afectados com a pandemia. Para o empresário, as medidas que implementaram durante o primeiro confinamento evitaram males maiores, a nível financeiro, não colocando em risco a sustentabilidade do negócio.

Para fazer face às restrições impostas pelo Governo, o Yukimura Sushi Bar vai passar a funcionar apenas em regime de take-away, como aconteceu em Março do ano passado.

Portugal continental entra no segundo confinamento às 00h00 de sexta-feira, para travar a evolução da pandemia Covid-19. As medidas anunciadas ontem por António Costa são semelhantes às do confinamento de Março e Abril. Uma das principais diferenças prende-se com os estabelecimentos de ensino, que vão continuar a funcionar em regime presencial.