Movimento Independente das Caldas da Rainha critica partidos por ignorarem hospital do Oeste

O Movimento Vamos Mudar, que lidera a Câmara das Caldas da Rainha, lamenta que nenhum partido inclua no seu programa eleitoral a construção do novo hospital para o Oeste, onde a pandemia veio aumentar as carências.

De acordo com o Observador, que cita a Agência Lusa, o movimento independente constata “com tristeza” que a construção de um novo hospital para a Região Oeste “ainda não está na agenda política nacional”, já que nenhuma das forças políticas candidatas às próximas eleições legislativas “se refere a essa medida em concreto nos seus programas eleitorais”.

O movimento cívico defende que “é preciso dar força a esta ideia de um novo hospital” e alerta para as “situações alarmantes de falta de resposta” do Hospital das Caldas da Rainha, uma das três unidades (a par com Torres Vedras e Peniche) do Centro Hospitalar do Oeste.

No entender do movimento, “a actual crise sanitária” e o aumento de afluência de doentes ao Hospital das Caldas da Rainha, resultante da pandemia de Covid-19, “vieram por ainda mais a nu as carências há muito existentes” e a “falta de capacidade de resposta do Serviço de Urgência, que se traduzem na existência de ambulância com várias horas de espera à porta, com os doentes no seu interior, e ocorrendo, por outro lado, a retenção de um número elevado de macas dos bombeiros, por falta de capacidade de recepção dos doentes”.

O “retrato geral” do funcionamento do Serviço de Urgência feito pelo movimento dá nota de que permanecem regularmente, em média, “35 a 40 doentes em maca, chegando a haver dias em que se ultrapassa os 50” utentes nestas condições, no espaço que beneficiou de obras de ampliação e que, por razões desconhecidas, “não estão ainda amplamente aproveitadas”.

A capacidade de internamento do CHO é de 330 camas (das quais 130 no Hospital das Caldas da Rainha), o que representa um rácio de 1,1 camas por 100 mil habitantes, quando a norte o Hospital de Leiria tem um rácio de 1,6 e a sul, o de Loures, de 1,5.

Às dificuldades de internamento junta-se “a falta de resposta nos cuidados de saúde primários” com o recente encerramento de algumas extensões de saúde e a falta de médicos noutras, fazendo com que “40% das pessoas” que acorrem às urgências sejam triadas com a cor verde, a menos grave, indiciando que deveriam ser assistidas nos centros de saúde.

“Conhecem-se as dificuldades estruturais e o deficiente modelo organizativo actualmente existente a nível hospitalar no Oeste”, sublinha o movimento cívico, lembrando que decorrem estudos que equacionam a construção de um novo hospital “como solução a médio/longo prazo”.

Mas, se em visitas locais, quando questionados pela comunicação social, os candidatos de vários partidos “admitem ou defendem a necessidade de um novo hospital”, nos programas eleitorais agora divulgados nenhum faz “qualquer referência ao Hospital do Oeste”, criticam, defendendo “a rápida programação” de uma unidade hospitalar para a região.

A construção de um novo Hospital para o Oeste chegou a estar prevista, durante o Governo de José Sócrates (PS), como uma das contrapartidas pela não construção do novo aeroporto na Ota.