‘Quadros do Mestre, o caminho até à Lourinhã’ – Misericórdia da Lourinhã promoveu Encontro com História
O auditório do Centro Cultural Dr. Afonso Rodrigues Pereira encheu-se na tarde de domingo, 16 de abril, para falar de História. ‘Quadros do Mestre – o caminho até à Lourinhã’ foi o mote do encontro, promovido pela Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã.
Na sessão de abertura, José Tomé, vereador no município da Lourinhã, destacou a importância da iniciativa, como forma de aprofundar o conhecimento sobre os quadros do Mestre.
“Só conhecendo é que podemos proteger a história”, sublinhou o autarca, que alertou para a importância da divulgação do legado que nos foi deixado.
“É um caso singular (…) a concentração de obras de grande qualidade aqui na Lourinhã”, não só do Mestre da Lourinhã, mas também de outros artistas. Quem o diz é Maria dos Anjos Luís, do Centro de Estudos Históricos da Lourinhã.
O Quadro de São João Batista e de São João Evangelista, ambos do Mestre da Lourinhã, foram encontrado em 1933 numa dependência do Hospital da Misericórdia da Lourinhã, pelo historiador Luís Reis Santos.
Durante 30 anos, historiadores estudaram qual seria a identidade do Mestre da Lourinhã. Apesar de ainda ser desconhecida, pensa-se que o mestre possa ser Álvaro Pires, pintor, iluminador e ourives nas cortes de D. Manuel e de D. João III.
No Encontro com História ‘Quadros do Mestre – o caminho até à Lourinhã’ foram ainda abordados os locais de passagem das pinturas do mestre: o Mosteiro de Monges Jerónimos, na ilha da Berlenga, e o Mosteiro de Vale Benfeito, em Peniche, até chegarem à Misericórdia da Lourinhã.
Algumas das obras atribuídas ao Mestre da Lourinhã encontram-se no Museu Nacional de Arte Antiga (oito pinturas sobre madeira, entre as quais Cristo envia S. João e S. Tiago em Missão Apostólica e S. Tiago e Hermógenes, o Tríptico dos Infantes e o Pentecostes), na Sé do Funchal (o Políptico da Capela-mor da Sé do Funchal), na igreja do santuário do Cabo Espichel, na igreja Matriz de Arruda dos Vinhos, na de Cascais, na Fundação Medeiros e Almeida (A Virgem e o Menino) e no Museu de Beja. Já as obras São João Baptista no Deserto e São João Evangelista em Patmos encontram-se na Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã.