Fósseis do mais antigo e completo plesiossauro da Península Ibérica preparados no Dino Parque

Um ano foi o tempo necessário para os paleontólogos e geólogos do Dino Parque e do Museu da Lourinhã prepararem os fósseis de um plesiossauro português. A espécie que viveu em Portugal durante o Jurássico, há mais de 195 milhões de anos, foi descoberta em São Pedro de Moel por dois coleccionadores há mais de 20 anos. Trata-se do “mais antigo e completo” plesiossauro encontrado na Península Ibérica e o primeiro animal trabalhado na sua totalidade no parque temático – um trabalho que muito orgulha os investigadores.

A investigação foi coordenada por Simão Mateus, director científico do Dino Parque da Lourinhã, a quem foram deixados os fósseis com o compromisso de que estes fossem preparados e, mais tarde, dados a conhecer ao público.

Plesiopharos moelensis’ foi o nome dado a esta nova espécie pela equipa de investigadores. A designação, explicou-nos Simão Mateus, está relacionada com o facto de os achados terem sido encontrados perto da Praia do Farol, em São Pedro de Moel, e pela relação familiar com os plesiossauros.

Apesar de existirem animais semelhantes e mais completos noutras partes do mundo, nomeadamente em Inglaterra, o responsável sublinha que este se revela “especialmente interessante” dado o seu estado de conservação. Entre os vestígios doados pelos coleccionadores Victor Teixeira e António Domingos estão parte da barbatana do braço e da perna direita, do tórax e do pescoço. Simão Mateus estima que esta espécie tenha tido até 2,80 metros de comprimento.

Simão Mateus considera que esta descoberta vem mostrar, mais uma vez, “a importância da paleontologia portuguesa”. O director científico do parque temático considera que a região de São Pedro de Moel deve continuar a ser estudada, por ser uma “zona extremamente rica e importante” a nível paleontológico.

Os fósseis desta nova espécie vão poder ser vistos no Dino Parque, em meados de Julho, numa exposição subordinada ao tema do plesiopharos. Simão Mateus disse-nos ainda que em cima da mesa está a possibilidade de a exposição rumar até São Pedro de Moel.

A nova descoberta foi publicada na revista científica Acta Palaeontologica Polonica por uma equipa pluridisciplinar que integrou Eduardo Puértolas-Pascual, Miguel Marx, André Saleiro, Alexandre Fernandes, João Marinheiro, Carla Tomás e Simão Mateus, colaboradores do Museu da Lourinhã e do Dino Parque.