Inquérito da AIRO revela que metade das empresas do Oeste tem falta de liquidez
Mais de metade das empresas da Região Oeste afirma não ter liquidez suficiente para se manter sustentável e admite recorrer ao ‘lay-off’, segundo revelam os resultados de um questionário realizado ao tecido económico da região pela Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO).
De acordo com o Torres Vedras Web, que cita a Agência Lusa, os dados do último barómetro com questionários recolhidos até ao dia 3 de Fevreiro, mostram que 53% das empresas inquiridas afirma que a sua actual liquidez não permite manter-se sustentável nos próximos meses. O risco de não cumprir com obrigações e responsabilidades fiscais aumentou de 17%, no último barómetro de Setembro, para 31%.
De setembro para fevereiro, as empresas em ‘lay-off’ aumentaram de 1% para 10%, enquanto as que se mantêm a laborar baixaram de 64% para 30% devido ao prolongamento da pandemia e ao novo confinamento. Entre as empresas inquiridas, 52% admite necessitar de recorrer ao ‘lay-off’, quando em Setembro eram 16%.
Desde o primeiro período de confinamento em 2020, 59% das empresas não conseguiu recuperar o volume de negócios que tinha antes da pandemia, uma situação agravada pelo novo confinamento. Dos inquiridos 36% estima que vai perder volume de negócios na ordem dos 80% a 100%, podendo ficar em risco de sustentabilidade e viabilidade, enquanto 14% estima uma perda entre os 60% e os 80%.
O prolongamento da pandemia e as medidas mais restritivas contribuíram na região para aumentar o número de empresas afectadas pela crise, de 25% para 36%. Para 41% das empresas inquiridas, a actual receita é a mais baixa desde que iniciaram a actividade. Já 37% dos inquiridos reconhece que está em risco de encerrar portas, 22% assume um risco moderado e 3% já fechou a actividade.
No período do Natal, apenas 17% registaram aumentos na facturação.
Perante as dificuldades, muitas reinventam-se e apostam nas redes sociais, no comércio digital, em novos produtos, na diversificação da oferta, em novas estratégias comerciais, em novas formas de organização, como nas áreas da logística e tecnológica, e na sua reestruturação. Apesar disso, quando questionadas sobre os resultados do negócio online, 74% afirma que não registaram um crescimento da sua atividade contra 26%.
A maioria das empresas diz estar pouco confiante em relação às medidas de apoio do Governo (58%) e refere que os apoios actuais são insuficientes para suprir as necessidades de liquidez das empresas (66%).
No total, responderam ao questionário 102 empresários, mas só foram validadas 95 respostas.