Lourinhã: autarquia vai investir cerca de 900 mil euros para requalificar Forte de Paimogo

A Câmara da Lourinhã vai investir cerca de 900 mil euros na reabilitação do Forte de Paimogo e da área envolvente e na dinamização do espaço. O financiamento do projecto, no valor de 750 mil euros, vai ser assegurado pelo mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu EEA Grants.

O projecto Coastal Memory Fort, explica a autarquia em comunicado, “visa a reabilitação do forte, através do uso de técnicas e materiais de construção não destrutivas da identidade do edifício, bem como o investimento em actividades com a comunidade local e escolar e a promoção do turismo sustentável, com a finalidade de criar novas oportunidades e serviços para o desenvolvimento local”. Com o investimento, a autarquia pretende dar uma nova função ao forte, transformando-o no Forte de Memórias, através do reforço da identidade da comunidade local e da recuperação e apropriação dos saberes tradicionais.

O projecto prévio de arquitectura e da envolvente paisagística ao forte está em apreciação na Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) estando o município a aguardar a sua validação para continuar com o projecto de execução e lançar concurso público para as obras.

Até ao final deste mês, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil vai concluir os estudos de avaliação dos materiais a aplicar na reabilitação do forte e, nas próximas semanas, será lançado o projecto de execução da consolidação da arriba ao Forte de Paimogo.

Na sua vertente imaterial, foram seleccionados os marcos geológicos e históricos que irão constar da aplicação de realidade aumentada, a realizar pela Universidade de Oslo, tendo sido ainda elaboradas e calendarizadas as tarefas de investigação a serem realizadas pela autarquia, pelo Centro de Estudos Históricos da Lourinhã e pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, até 31 de Dezembro deste ano.

Trata-se de um dos seis projectos apoiados pelo Programa Cultura, da DGPC, destinado a promover o desenvolvimento local através da salvaguarda e revitalização do património cultural costeiro.

O EEA Grants é um mecanismo financeiro plurianual, através do qual a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega apoiam os Estados-membros da União Europeia com maiores desvios da média europeia do Produto Interno Bruto per capita, em que se inclui Portugal, para reduzir as disparidades económicas e sociais e reforçar as relações bilaterais.

O Forte de Paimogo, datado de 1674, está classificado como imóvel de interesse público desde 1957. O imóvel é propriedade do Estado, mas encontra-se há várias décadas à guarda do município. Recorde-se que em Junho, a autarquia e Ministério da Administração Interna estabeleceram um acordo de cedência do forte e do antigo posto da Guarda Fiscal por 50 anos, no âmbito do processo de descentralização de competências do Estado para os municípios.