Lourinhã: município promove recuperação da Galeria Ripícola da Ribeira das Quebradas

O município da Lourinhã deu início à recuperação da Galeria Ripícola da Ribeira das Quebradas, no Montoito – Peralta, na União de Freguesias da Lourinhã e Atalaia. A intervenção tem a duração prevista de 60 dias e conta com o apoio financeiro da União Europeia, através do Programa Operacional Mar2020.

O projeto, com início na Praia da Peralta, insere-se na área da Rede Natura 2000 (rede ecológica para o espaço comunitário da União Europeia), no Sítio Peniche/Santa Cruz, PTCON0056, e no Plano de Ordenamento da Orla Costeira.

Em comunicado, a autarquia refere que a recuperação da galeria ripícola da Ribeira das Quebradas, uma extensão de cerca de 350 metros, “propõe a renaturalização, enquanto corredor ecológico da margem esquerda da linha de água, no sentido jusante, com espécies de mata ribeirinha, em associação com espécies características do habitat natural existente na zona, nomeadamente dunas litorais com zimbros (Juniperus spp.).”

Para isso, será feita a limpeza da margem da ribeira, através do corte, remoção e controlo de caniços (espécie infestante Arundo donax), a proteção e ancoragem lateral da margem, o revestimento do talude com manta orgânica e hidrosementeira, com mistura de sementes de espécies herbáceo-arbustivas ribeirinhas, a plantação de várias espécies arbustivas ribeirinhas, ao longo da margem da ribeira e o alinhamento de espécies arbóreas nos topos da mesma, com recurso a técnicas de engenharia natural.

As galerias ripícolas são formações de espécies vegetais autóctones, localizadas nas zonas de transição entre ecossistemas aquáticos e terrestres, com a capacidade de impedir que fertilizantes, pesticidas e outros poluentes, provenientes das escorrências, contaminem as linhas de água. Têm ainda como função: estabilizar as margens dos leitos, através das raízes de árvores e arbustos, evitando a sua erosão; regular a temperatura da água e limitar a proliferação de algas indesejáveis, através do efeito de ensombramento; reduzir a velocidade da corrente, reduzindo os efeitos negativos das cheias; proporcionar abrigo e alimento para a fauna terrestre e aquática, promovendo assim o incremento da biodiversidade.

Com a preservação destas zonas consegue-se diminuir o risco de incêndios, melhorar a qualidade da água, minorar os efeitos das cheias e das secas, promover a biodiversidade no rio e envolvente, aumentar o interesse paisagístico da área abrangida e valorizar, atrair e educar a população para o usufruto dos espaços naturais e rurais.