Novo hospital do Oeste: Torres Vedras acusa Caldas e Óbidos de colocarem em causa a coesão da região

A Câmara de Torres Vedras lamentou esta sexta-feira, 24 de fevereiro, a atitude dos municípios de Óbidos e de Caldas da Rainha, quanto à localização do futuro hospital do Oeste. Numa tomada de posição conjunta do executivo da autarquia torriense, os membros do executivo acusam, de forma unânime, os autarcas destes dois concelhos de fazerem “tábua rasa” a todo o caminho percorrido em conjunto pelos 12 municípios do Oeste.

Ao contratarem um novo estudo “de forma unilateral e ao pressionar o Ministério da Saúde para retardar a decisão”, as autarquias de Caldas da Rainha e de Óbidos “põem em causa a coesão do Oeste e dificultam a rápida decisão sobre o futuro da resposta de saúde da região”, sublinham numa nota enviada à nossa redação.

Para o executivo liderado por Laura Rodrigues, importa agora “defender um novo hospital” que sirva Torres Vedras e o Oeste “e não um hospital para um dos concelhos da região”. “Exortamos por isso todos os oestinos e os autarcas que os representam a defenderem, a uma só voz, este desígnio”, sublinha, na nota.

Laura Rodrigues (PS), Sérgio Galvão (Unidos por Torres Vedras), Ana Umbelino (PS) Duarte Pacheco (PSD), Francisco Martins (PS), Diogo Guia (Unidos por Torres Vedras), Nelson Aniceto (PS), Secundino Oliveira (PSD) e Dulcineia Ramos (PS) consideram ainda que “Torres Vedras teria certamente capacidade, por maioria de razão, para apresentar argumentos separatistas e isolacionistas” semelhantes aos que Óbidos e Caldas da Rainha têm apresentado. No entanto, “tem tido e continuará a ter uma posição responsável e conciliadora”, em prol da população e de todos os oestinos, “salvaguardando os interesses e necessidades da população desta região no domínio da saúde.”

“Acreditamos que, depois do caminho já percorrido, não é hora de voltar atrás”, destaca o executivo de Torres Vedras, que sublinha ainda que “é tempo de confiar que, tal como previsto, o Grupo de Trabalho constituído pelo Ministro da Saúde, apresentará uma proposta integrada até ao dia 31 de março de 2023”, na qual esteja incluída a localização, perfil funcional, modelos de financiamento e cronograma de construção do novo hospital.

O estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste aponta o Bombarral como a localização ideal para a construção do hospital, que deverá servir todos os concelhos do Oeste. No entanto, as conclusões têm sido contestadas pelos municípios das Caldas da Rainha, de Óbidos e de Rio Maior, que defendem a construção do equipamento na confluência destes concelhos.

Em alternativa ao Bombarral, estes três municípios defendem que o novo hospital seja construído num terreno na confluência de Óbidos e Caldas da Rainha, com um área total de 196 mil metros quadrados e uma área bruta de construção de 75 mil metros quadrados, que permitirá servir uma população de perto de 360 mil pessoas dos concelhos de Torres Vedras, Alcobaça, Caldas da Rainha, Alenquer, Peniche, Lourinhã, Rio Maior, Nazaré, Bombarral, Cadaval e Óbidos.