Peniche: cidadãos exigem mais médicos de família para o concelho

Mais de dois mil cidadãos subscreveram uma petição a pedir o reforço de médicos de família no Concelho de Peniche. Criada pela Comissão de Utentes de Saúde do Concelho de Peniche, na petição que começou a circular no mês passado, é exigido “o reforço urgente de médicos de família e enfermeiros” e a melhoria das infraestruturas e de equipamentos na extensão de saúde de Atouguia da Baleia, onde 6.000 utentes estão sem médico de família.

Segundo o Portal Sapo, que cita a Agência Lusa, também é pedido o reforço de médicos e de enfermeiros no Centro de Saúde de Peniche, onde 2.100 utentes não têm médico atribuído, e na extensão de saúde de Ferrel, a funcionar com um médico e um enfermeiro para os 3.000 utentes inscritos. Para a extensão de saúde da Serra d’el Rei, é solicitada a melhoria de equipamentos e a “humanização do espaço”.

A recém-criada comissão surgiu tendo em conta a “degradação da resposta ao nível dos serviços de saúde no concelho, materializada na difícil acessibilidade aos cuidados primários pela população e na insuficiência na oferta hospitalar (pela fragilidade de atendimento do serviço de urgência básica e pela falta de valências de especialidades)”, lê-se no manifesto.

No sentido de ajudar a resolver este problema, a comissão está disponível para analisar a questão com as entidades representativas do setor da Saúde e encontrar soluções.

A comissão justifica a necessidade de reforçar o número de profissionais de saúde no concelho tendo em conta o aumento do índice de envelhecimento entre 2011 e 2021, a importância económica de Peniche com o seu porto de pesca e as fábricas de conservas, que “movimentam milhares de pessoas”, a existência da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, com cerca de 2.000 alunos, e a atração de turistas, que aumenta a população sobretudo no verão.

Apesar disso, a “resposta dos serviços de saúde tem-se verificado ao longo dos anos insuficiente para a população de Peniche, tanto a nível hospitalar, como ao nível dos cuidados de saúde primários”, face à “escassez de recursos e de investimentos”.

De acordo com a comissão, 44,5% da população está sem médico de família atribuído. Aos problemas da falta de profissionais de saúde no centro de saúde e respetivas extensões, também no hospital da cidade há falta de valências e a urgência básica “não tem permanentemente um médico de medicina interna”.

Quanto aos serviços hospitalares, é exigida a abertura de mais valências de internamento e de consultas externas.