Pera Rocha do Oeste com quebras de 50% na produção

A produção de pera rocha deste ano, cuja colheita começou há uma semana, deverá ter uma quebra de 50% devido à seca e às elevadas temperaturas registadas em julho, aponta a Associação Nacional dos Produtores de Pera Rocha (ANP).

Domingos dos Santos, presidente da associação, explicou à Agência Lusa, citado pelo Portal Sapo, que esta conjugação de fatores, fizeram com que não haja disponibilidade de água no solo e nas poucas reservas de água existentes na região Oeste para regar, refletindo-se na produção.

“Temos peras com teores de açúcar elevadíssimos, ou seja, com grande qualidade organolética, mas, mais pequenas, pesam menos, o que há uma quebra”, explicou o dirigente. A ANP estimou que possam existir prejuízos no setor no final do ano.

“O mercado vai ter de compensar uma parte desta quebra de produção”, com aumento no preço da venda da fruta aos consumidores, “mas nunca vai compensar na totalidade e vai ser sempre dramático para os produtores tendo em conta o aumento de custos de produção que temos tido nos últimos meses no campo e nas próprias centrais fruteiras e vai ser muito difícil refletir isto no consumidor final”, sublinhou.

Para o dirigente, na região Oeste, onde não faltava até há poucos anos água para a agricultura e, por isso, as barragens e os sistemas de retenção de água são quase inexistentes, torna-se necessário “pensar no futuro da água nesta região e da fruticultura e da horticultura” e prever investimentos nesse sentido.

Na campanha de 2021/2022, a produção situou-se nas 220 mil toneladas de pera rocha, das quais 60 a 70% foram exportadas. Brasil, Reino Unido, Marrocos, França e Alemanha são principais mercados de destino.

Produzida (99%) nos concelhos entre Mafra e Leiria, sendo os de maior produção os do Cadaval e Bombarral, a pera rocha do Oeste possui Denominação de Origem Protegida, um reconhecimento da qualidade do fruto português por parte da União Europeia.