30 anos da Região Demarcada da Aguardente DOC Lourinhã assinalados pelo município

O Salão Nobre dos Paços do Município encheu-se, no último sábado (19 de novembro), para celebrar o trigésimo aniversário da Região Demarcada da Aguardente Vínica de Qualidade com Denominação de Origem Controlada “Lourinhã”. Uma cerimónia que contou com entidades ligadas ao setor da Vinha e do Vinho e daqueles que muito trabalharam para que, a 7 de março de 1992, a região demarcada fosse estabelecida, com a publicação do Decreto-Lei no 34/92, e mais tarde regulamentada através do Decreto-Lei no 323/94.

Vasco Miguel, deputado na Assembleia da República à época, foi o autor do projeto lei que estabeleceu a Região Demarcada da Aguardente DOC Lourinhã. Uma região “feita de consensos e apoios generalizados”, sublinhou na cerimónia.

Uma história “que parece a concretização de um sonho”, referiu, na qual “o investigador pensou, os interessados apoiaram e o político fez aprovar”.

Para Vasco Miguel, “a pessoa a quem mais devemos a celebração dos 30 anos da Região Demarcada é a Pedro Belchior”, um dos impulsionadores do trabalho cooperativo entre o INIAV e a Adega Cooperativa da Lourinhã.

Uma escolha com futuro

A Aguardente DOC Lourinhã produzida e envelhecida pela Adega Cooperativa da Lourinhã (ACL) tem conquistado o mercado, conquistando medalhas em concursos nacionais e internacionais.

Galardões que atestam a qualidade do produto, sublinha Fernando Oliveira, que colocam a Lourinhã num lugar de destaque junto das regiões francesas de Cognac e Armagnac.

O presidente da mesa da Assembleia Geral da ACL considera necessária a criação de um Centro Interpretativo de Aguardentes, um fator “determinante para uma melhor divulgação da Aguardente”.

Fernando Oliveira aproveitou ainda a ocasião para lançar um desafio a todos os intervenientes para que, em 2024, a região seja palco de uma conferência internacional sobre a temática.

Motivo de orgulho

A Aguardente DOC Lourinhã é “uma das grandes bandeiras do território” e um motivo de “orgulho”. Quem o diz é o presidente da Câmara Municipal da Lourinhã. Na cerimónia, João Duarte Carvalho garantiu que a autarquia vai continuar a trabalhar para salvaguardar a região demarcada.

Francisco Toscano Rico já o tinha referido em março, numa visita à Lourinhã, e voltou a afirmá-lo este sábado: “a Aguardente DOC Lourinhã é uma das joias da coroa”. Para o presidente da Comissão Vitivinícola da Região (CVR) de Lisboa vale a pena investir na Lourinhã.

Apesar da excelência do produto, Francisco Toscano Rico considera que é necessário repensar o posicionamento do produto.

Dinamismo

Os 30 anos da Região Demarcada da Aguardente DOC Lourinhã é a “prova do dinamismo e da resiliência da região, das gentes do seu território, apoiada na inquestionável qualidade do produto”, sublinhou Sandra Vicente, vice-presidente do Instituto da Vinho e do Vinho (IVV).

Nas 3 últimas campanhas, a produção de vinho apto para a Aguardente DOC Lourinhã totalizou 3.902,5 hectolitros.

A vice-presidente do IVV chamou a atenção para a importância do conhecimento, o “maior aliado para o desenvolvimento e para o sucesso”.

Num tempo em que o consumidor está cada vez mais atento à origem do produto, a responsável considera que é necessário inovar para captar a atenção do consumidor.

A sessão solene dos 30 anos da Região Demarcada da Aguardente Vínica de Qualidade com Denominação de Origem Controlada “Lourinhã” decorreu no âmbito da quinzena gastronómica dedicada a este produto. O evento decorre até ao próximo dia 24, com várias propostas gastronómicas nos 22 estabelecimentos aderentes.